Sociedade dos Jornalistas Profissionais Código de Ética
Preâmbulo
Os membros da Sociedade dos Jornalistas Profissionais acreditam que o esclarecimento público é o precursor da justiça e o fundamento da democracia. O dever do jornalista é
chegar a esses fins buscando a verdade e fornecendo um relato justo e abrangente de eventos e questões. Jornalistas conscientes de todos os meios e especialidades lutam ara servir ao público completa e honestamente. A integridade profissional é a base da credibilidade
do jornalista. Os membros da Sociedade dedicam-se ao comportamento ético e adotam este código para declarar os princípios e padrões de prática da Sociedade.
Buscar e Relatar a Verdade
Journalistas devem ser honestos, justos e corajosos ao coletar,
relatar e interpretar a informação.
Jornalistas devem:
Testar a exatidão da informação de todas as fontes e exercitar o cuidado para evitar erros inadvertidos. A distorção deliberada nunca deve ser permitida.
Buscar diligentemente os personagens das notícias, para dar-lhes a oportunidade de responder a acusações.
Identificar as fontes sempre que possível. O público deve receber tanta informação quanto possível sobre a confiabilidade da fonte.
Sempre questionar os motivos das fontes antes de prometer anonimato. Esclarecer as condições inerentes a qualquer promessa feita em troca de informação. Cumprir as promessas.
Certificar-se de que as manchetes, chamadas e material promocional, fotos, vídeo, áudio, gráficos, declarações e citações não estão mal representados. Eles não devem supersimplificar ou salientar incidentes fora de contexto.
Nunca distorcer o conteúdo de fotos ou vídeos noticiosos. Melhoramento técnico para dar clareza à imagem é sempre permitido. Identificar montagens e fotoilustrações.
Evitar representações enganosas ou noticiar fatos montados. Se a representação é necessária para contar uma história, identifique-a como tal.
Evitar métodos ocultos ou sub-reptícios de coletar informação, exceto quando os métodos abertos tradicionais não podem revelar informações vitais para o público. O uso desses métodos deve ser explicado como parte da história.
Nunca plagiar.
Contar com confiança a história da diversidade e magnitude da experiência humana, mesmo quando isso for impopular.
Examinar seus próprios valores culturais e evitar impor esses valores aos outros.
Evitar estereótipos de raça, gênero, idade, religião, etnia, geografia, orientação sexual, deficiência, aparência física ou status social.
Apoiar o intercâmbio aberto de visões de mundo, mesmo de visões consideradas repugnantes.
Dar voz a quem não a tem; fontes oficiais e não-oficiais de informação podem ser igualmente válidas.
Fazer distinção entre defesa e reportagem. A análise e o comentário devem ser identificados e não deturpar fato ou contexto.
Fazer a distinção entre notícia e propaganda e evitar os híbridos que borram as divisões entre ambos.
Reconhecer uma obrigação especial de certificar-se de que o negócio público é conduzido abertamente e de que os registros do governo estão abertos à inspeção.
Minimizar os Prejuízos
Jornalistas éticos tratam as fontes, personagens e colegas
como seres humanos que merecem respeito.
Os jornalistas devem:
Mostrar compaixão por aqueles que podem ser afetados negativamente pela cobertura jornalística. Usar sensibilidade especial ao tratar com crianças e fontes e personagens inexperientes.
Ser sensíveis ao procurar ou usar entrevistas ou fotos daqueles afetados por tragédias ou aflição.
Reconhecer que coletar e relatar a informaçãopode causar prejuízo ou desconforto. A busca da notícia não dá direito à arrogância.
Reconhecer que os indivíduos particulares têm mais direito a controlar a informação sobre si próprios do que os ocupantes de cargos públicos e outros que buscam poder, influência ou atenção. Somente uma extrema necessidade pública pode justificar a intromissão na privacidade de qualquer um.
Demonstrar bom gosto. Evitar o estímulo de curiosidades sensacionalistas.
Ser cuidadosos ao identificar suspeitos juvenis ou vítimas de crimes sexuais.
Ser judiciosos ao nomear suspeitos de crimes antes do encaminhamento formal da acusação.
Balancear os direitos de um suspeito de crimes a um julgamento justo com o direito do público a ser informado.
Agir com Independência
Os jornalistas devem ser livres de obrigações com
qualquer interesse além do direito do público a saber.
Os jornalistas devem:
Evitar conflitos de interesse, reais ou percebidos.
Permanecer livres de associações e atividades que possam comprometer a integridade ou danificar a credibilidade.
Recusar presentes, favores, gratificações, viagens gratuitas e tratamento especial, e evitar segundos empregos, envolvimento político, cargos públicos e servir a organizações comunitárias se elas comprometem a integridade jornalística.
Deixar claro quando há conflitos inevitáveis.
Ser vigilantes e corajosos para manter a responsabilidade dos que têm o poder.
Negar tratamento favorável a anunciantes e a quem quer que tenha interesses especiais, resistindo a sua pressão para influenciar a cobertura da notícia.
Desconfiar de fontes que oferecem informação em troca de favores ou dinheiro; evitar fazer ofertas pela notícia.
Ser responsáveis
Os jornalistas são responsáveis com seus leitores,
ouvintes, espectadores ou qualquer outro público.
Os jornalistas devem:
Esclarecer e explicar a cobertura da notícia e estimular o debate público sobre a conduta jornalística.
Encorajar o público a expressar discordâncias com a imprensa.
Admitir erros e corrigi-los prontamente.
Expor práticas anti-éticas de jornalistas e da imprensa em geral.
Agir pelos mesmos altos padrões pelos quais julgam os outros.
Tradução: Marcelo Soares (msoares@folhasp.com.br)